domingo, 23 de janeiro de 2011

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Artigo: Climatério, medicina ocidental e medicina oriental



A síndrome climatérica sob o enfoque da medicina ocidental e medicina oriental chinesa 

Resumo: Síndrome Climatérica é o termo usado para designar o conjunto de sintomas que estão diretamente relacionados à redução dos níveis de estrogênio decorrentes da falência ovariana. Surge num período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva, chamada de climatério, período em que um número cada vez maior de mulheres está passando devido ao aumento na expectativa de vida da população. A Terapia de Reposição Hormonal era usada até pouco tempo atrás como tratamento de escolha. Contudo, em virtude das atuais controvérsias relacionadas ao tema, as terapias alternativas estão sendo crescentemente empregadas. O presente trabalho teve como objetivo, através de uma revisão bibliográfica abrangente, caracterizar a Síndrome Climatérica sob a ótica da Medicina Ocidental, bem como da Medicina Tradicional Chinesa e apresentar a Acupuntura como uma alternativa de tratamento para os sintomas dessa Síndrome. Assim, foi possível verificar que a Acupuntura, baseada no equilíbrio energético do organismo, possui uma abordagem integradora do corpo humano, possibilitando seu uso como tratamento complementar para a Síndrome Climatérica, e constitui dessa forma uma via para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante o climatério.

Introdução

 A expectativa de vida da população mundial vem aumentando, e segundo dados censitários a expectativa de vida das mulheres vem superando a dos homens, justificando assim o crescimento expressivo de mulheres vivenciando o climatério e menopausa (GALVÃO et al. apud  IBGE, 2007). O climatério representa a transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva, ou seja, do menacne para a senilidade (DE LORENZI et al, 2005). É decorrente do esgotamento dos folículos ovarianos que ocorre nas mulheres de meia idade, seguido duma queda progressiva da secreção de hormônios esteroidais, culminando com a interrupção definitiva dos ciclos menstruais (menopausa) (DE LORENZI et al, 2005). Com isso surge um conjunto de sintomas que caracterizam a Síndrome Climatérica (GALVAO, et al, 2007), sendo o mais comum deles os fogachos (APPOLINÁRIO, 2001). Como tratamento, faz-se uso da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) para alivio dos sintomas dessa Síndrome. Porém, em virtude das atuais controvérsias relacionadas a essa terapia, a Medicina Tradicional Chinesa está sendo crescentemente empregada. Sendo assim, este trabalho visa apresentar a Medicina Tradicional Chinesa, mais especificamente a Acupuntura, como uma alternativa de tratamento para a Síndrome Climatérica, mostrando que ela pode ser uma importante via complementar para melhorar a qualidade de vida das mulheres que se encontram no climatério e menopausa, já que contam com uma abordagem holística e integradora do ser humano.

Método

Para atender a esta proposta, foi realizada uma revisão da literatura, utilizando as palavras-chave, nos bancos de dados SciELO, PubMed, Periódicos Capes e Bireme, e também em livros tradicionais de Medicina Chinesa. A pesquisa realizou-se entre os meses de abril a agosto de 2008.

Resultados 

MEDICINA OCIDENTAL
O conhecimento sobre o envelhecimento da população humana constitui um fenômeno relativamente recente na história da humanidade. A média de sobrevida das mulheres na Idade Média era de 25 anos. Só no início século XX com os avanços científicos, é que a expectativa de vida pôde chegar aos 50 anos, permitindo às mulheres sobreviver um tempo suficiente para poder experimentar mudanças em seus corpos, que muitas gerações anteriores não conseguiram vivenciar (VIGETA et al. apud NETTO /MARINHO, 2004).
No Brasil, em 1999, as mulheres com mais de 40 anos correspondiam a 32% da população feminina do país, com projeção de um aumento ao redor de 11% até 2010. Enquanto, segundo dados censitários, a expectativa de vida feminina no ano 2000 chegava aos 75,6 anos, a masculina não ultrapassava os 64,8 anos (DE LORENZI apud RENÓ, 2006), justificando o crescimento expressivo de mulheres vivenciando a fase do climatério, o que torna este assunto cada vez mais significativo em termos da saúde pública, por abranger grande contigente de mulheres (GALVÃO et al. apud IBGE, 2007).

CLIMATÉRIO E MENOPAUSA  A palavra climatério, do grego Klimacter, significa período crítico. Já menopausa é a soma de duas palavras gregas que significam basicamente mês e fim. O conceito de menopausa surge a partir de um artigo de Gardanne, publicado em 1816, denominado "Conselho às mulheres que entram na idade critica", em que descreve a síndrome denominada "La menopausie" (TRENCH, 2005). No entanto encontramos referências a seu respeito em textos escritos por Aristóteles (384-322 a.C.) (DE LORENZI apud UTIAN, 2006).
De acordo com a Sociedade Internacional de Menopausa, o climatério é o período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da vida da mulher (SCLOWITZ apud UTIAN, 2005). Coincide com o declínio gradual da função ovariana e a ocorrência da menopausa.
Como toda fase de transição, o climatério é um período crítico, marcado por instabilidade hormonal e emocional, capaz de ocasionar impacto negativo sobre a qualidade de vida da mulher
A diminuição ou ausência dos hormônios esteróides sexuais, pode se associar à ocorrência de sintomas precoces, intermediários e tardios, sendo este conjunto de sinais e sintomas comumente referido como "Síndrome Climatérica” (GALVÃO et al.,2007)
 As tentativas de definir a menopausa são as mais diversas. A OMS, por exemplo, considera ser a menopausa um evento biológico espontâneo e natural, que se refere ao último período menstrual do ciclo de desenvolvimento feminino, época da vida de uma mulher em que a capacidade reprodutiva cessa (COSTA, 2008). Os ovários deixam de funcionar e a produção de esteróides e peptídeo hormonal diminui e conseqüentemente se produzem no organismo diversas mudanças fisiológicas, algumas resultantes da cessão da função ovariana e de fenômenos menopáusicos a ela relacionados e outros devidos ao processo de envelhecimento. (TRENCH apud OMS, 2005).

Fases De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o climatério compreende uma fase pré-menopausal, que começa em torno dos quarenta anos de idade e se estende até o início dos ciclos menstruais irregulares e/ou de sintomatologia atribuível à falência ovariana, com duração variável; uma fase peri-menopausal, que se inicia anteriormente à menopausa, com o começo dos sintomas, e se estende até o primeiro ano após a menopausa; e uma fase pós-menopausal, que se inicia após a parada da menstruação e se estende até os 65 anos de idade. Após o climatério, tem início a fase pós-climatérica. Cronologicamente, o evento demarcador das fases do climatério é a menopausa. (SCLOWITZ apud OMS, 2005).
 A OMS recomenda a utilização dos termos: "menopausa natural" para o evento da parada permanente da menstruação, "perimenopausa" ou "climatério" para o período em que surgem as irregularidades menstruais e queixas vasomotoras, "pré-menopausa" o período total reprodutivo; "pós-menopausa" o período após o evento da menopausa, independente de a menopausa ter sido natural ou induzida (VIGETA et al. Apud BAGNOLI, 2004).
Os limites de idade para climatério e menopausa ainda são bastante controversos. Compreende-se que se dê por meio da homeostase hormonal que ocorre na velhice, quando a carência estrogênica fica compensada pela perda progressiva dos receptores estrogênicos (VIGETA et al. Apud BAGNOLI, 2004).

Sintomas
Um estudo transversal, de base populacional, realizado em Campinas, São Paulo, mostrou que 80,0% das mulheres de 45 a 60 anos de idade buscavam atendimento médico por irregularidade menstrual e sintomas do climatério (SCLOWITZ apud PEDRO et al., 2005).
 Cerca de 60 a 80% das mulheres refere algum tipo de sintomatologia durante o climatério, a sua maioria atribuída ao estado de hipoestrogenismo (DE LORENZI apud SPEROFF, 2005), sendo os mais freqüentes a instabilidade vasomotora, distúrbios menstruais, sintomas psicológicos, atrofia gênito-urinária e, a longo prazo, osteoporose e alterações cardiocirculatórias (BERNI apud FEBRASGO, 2007). Além disso, após a menopausa, muitas mulheres passam a apresentar distúrbios do sono (CAMPOS, 2005).
Dificuldades cognitivas, instabilidade emocional e humor depressivo, por sua vez têm sido igualmente relacionados ao climatério. Não obstante, persistem controvérsias se estes são decorrentes somente da carência estrogênica ou de fatores psicossociais, em especial a percepção de envelhecimento. Possivelmente, os fatores sócio-culturais e psicológicos atuariam influenciando a aceitação e modulação da resposta dos sintomas climatéricos (DE LORENZI apud DENNERSTEIN, 2005).
O sintoma mais característico da Síndrome é o fogacho, presente em cerca de 90% das mulheres (APPOLINÁRIO apud APPOLINÁRIO, 2001). Consistem em sensação súbita e transitória de calor moderado ou intenso, que se espalha pelo tórax, pescoço e face, podendo ser acompanhados de sudorese profusa e sendo piores à noite (SCLOWITZ, 2005). Freqüentemente determinam um impacto negativo na qualidade de vida, relacionando-se a alterações do sono com conseqüente fadiga, irritabilidade, desconforto físico e problemas no trabalho (SANTOS-SA apud OLDENHAVE et al., 2006). Os mecanismos fisiopatológicos dos sintomas vasomotores não são completamente conhecidos; sabe-se, porém, que alterações dos níveis de estrógenos oriundos do declínio da função ovariana são importantes, mas não suficientes para o seu desenvolvimento (SOARES apud FREEDMAN, 2006).
 O climatério é vivenciado de formas distintas pelas mulheres, havendo variações na sintomatologia, de acordo com aspectos físicos, demográficos, socioeconômicos e culturais. Autores de todo o mundo descreveram características peculiares da percepção e vivência do climatério entre mulheres de diferentes raças, culturas e níveis socioeconômicos, em áreas urbanas e rurais (SILVEIRA et al., 2007). Por exemplo, 85% das mulheres européias e norte-americanas experimentam ondas de calor, o mesmo só acontece com 17% das japonesas e em cerca de 5% das Maias da América Central (KUSCINSKY, 2002). Na sociedade americana, há a tendência de focalizar os aspectos negativos do process doença, envelhecimento, perda do status social. Já em alguns países em desenvolvimento enfatizam-se os aspectos positivos da mulher nesta fase: libertação da responsabilidade de ter filhos e das restrições sociais e culturais que às vezes são impostas sobre as mais jovens que ainda menstruam (TRENCH apud OMS, 2005).

TRATAMENTO: ESTROGENIOTERAPIA
Embora a reposição estrogênica esteja disponível há mais de 6 décadas, as mulheres e mesmo os profissionais da saúde estão confusos pelas opiniões divergentes em relação aos riscos e benefícios da terapia hormonal na menopausa, estrogênica ou estro-progestagênica (PARDINI, 2007).
A terapia com estrogênio em mulheres após a menopausa é eficiente na atenuação dos sintomas vasomotores, reversão da atrofia genital, inibição da perda da massa óssea e diminuição do risco de fraturas (MEDEIROS apud STRAUBE et al., 2007).
Em dose excessiva, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode levar a hiperestrogenismo, provocando mastalgia, edema e desconforto em membros inferiores. Nestas pacientes, a qualidade de vida estaria igualmente comprometida e a morbidade, pelo aumento de doença fibrocística de mama, hiperplasia de endométrio, piora de doença varicosa e outras doenças, poderia obscurecer os benefícios do tratamento (WIGODA et al., 1999).
Em determinadas condições clínicas, a TRH não é recomendada ou é mesmo contra-indicada, como após diagnóstico de câncer de mama, carcinoma de endométrio, sangramento vaginal não diagnosticado, porfiria, doença hepatobiliar e lupus eritematoso sistêmico, doença tromboembólica e cardiovascular (SPRITZER, 2007).
Também não é indicadas para mulheres que fumam, devido ao possível risco de aumento de coágulos sangüíneos e hemorragia cerebral, para as que tenham alto risco de câncer de mama, mulheres com depressão clínica, fibromas uterinos, diabete, sérias enxaquecas, doença da vesícula biliar, e nem para aquelas que estejam acima de seu peso.
Como efeitos colaterais da TRH podem-se incluir distensão no peito ou ulceração, edema, dores de cabeça, náuseas e vômitos, excesso de sangramento vaginal, dores no peito, cãibras uterinas ou intumescimento abdominal. Efeitos colaterais mais sérios, como aumento de risco de cálculos biliares e doenças da vesícula biliar, devendo a TRH ser suspensa.
 Em 2002, o tema Terapia de Reposição Hormonal (TRH) na menopausa ganhou realce. Em julho, foram divulgados resultados parciais do estudo Women's Health Iniciative Study Group (WHI - 2002), patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano, com 16 mil mulheres. Um dos braços do estudo foi suspenso porque as estimativas indicavam que o uso dos hormônios aumentava o risco de doenças cardiovasculares e de câncer de mama. No ano seguinte, a Food and Drug Administration/FDA – agência norte-americana de regulamentação – recomendou que não se deveria usar os estrógenos – associados à progesterona ou não - para prevenir doenças cardíacas, mas apenas para o alívio dos sintomas vasomotores, nas menores doses possíveis, e após pesar riscos e benefícios. No início de 2004, foi encerrado o outro braço do WHI, com 11.000 mulheres em uso de estrógeno isolado, pois as estimativas mostraram que a TRH não previne a doença cardíaca e aumenta o risco de derrame cerebral (ROZENFELD apud STEPHENSON, 2007).
As pesquisas de profissionais da saúde que abordam a mulher climatérica de forma holística são, numericamente, tímidas ou pouco divulgadas. O modelo de assistência à saúde dessas mulheres segue o mesmo caminho. O sistema de saúde vigente ainda privilegia a assistência curativa e observa-se uma tendência de "medicalização" da atenção prestada. A informação e a educação para a saúde, tão necessárias, e a participação ativa da mulher nas decisões não são práticas presentes no cotidiano dos serviços de saúde. Esse fato assume proporções mais sérias quando se trata de mulher de baixa renda, cujo acesso a esses serviços sempre foi difícil, não sendo diferente no climatério (BERNI 2007). MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)
 O primeiro capítulo do Simple Questions diz: “Aos 14 o Qi Celestial começa a funcionar, o Canal Ren Mai circula vigorosamente, amadurece o Canal Chong Mai, as menstruações vêm em intervalos regulares e a menina pode procriar...aos 49 anos o Canal Ren Mai torna-se deficiente e o Chong Mai entra em depleção; o Qi celestial seca, a menstruação pára e a mulher não mais conceberá”.

 “A fisiologia feminina é dominada pelo Sangue uma vez que o Aquecedor Inferior abriga o útero que supre Sangue. Nas mulheres, Sangue não é apenas a origem de ciclos menstruais, mas também de fertilidade, concepção, gravidez e parto. Para entender a fisiologia feminina, é necessário compará-la e contrastá-la com a fisiologia masculina. As mulheres pertencem ao Yin, mas alguns aspectos da sua fisiologia é Yang; os homens pertencem ao Yang, mas alguns aspectos de sua fisiologia são Yin. A fisiologia feminina está enraizada no Sangue, a do homem, em Qi; os homens suprem Essência, as mulheres, Útero, Sangue e feto”. (MACIOCIA, 2000) Na vida das mulheres, diferentemente do que acontece com os homens, existem marcos concretos e objetivos que sinalizam diferentes fases ou passagens de suas vidas, tais como a menarca, a ruptura do hímen, a última menstruação (TRENCH, 2005), assim como na medicina chinesa, que descreve o crescimento fisiológico, amadurecimento e declínio da função reprodutiva nas mulheres em ciclos de 7 anos cada.
O Su Wen (cap. 1) diz que a Síndrome Climatérica ocorre quando o Qi do Shen (Rins) está gradualmente enfraquecido e que o Chong Mai e o Ren Mai estão vazios e o Tian Gui esgotado, então as menstruações param progressivamente (AUTEROCHE, 1987). Com isso pode sobrepor-se uma fraqueza corporal ou um distúrbio psíquico que são o reflexo da perda de equilíbrio do Yin e do Yang (AUTEROCHE, 1987).
Na MTC, a menstruação é chamada de TIAN KUI ou Água Celestial. Para que a menstruação ocorra, deve existir um sangue adicional acima e abaixo do que é exigido para a sobrevivência do corpo. A partir da puberdade os Órgãos, Pi (Baço) e Shen (Rim) alcançam a maturidade, e é produzida uma superabundância de Sangue que é armazenada no Útero deixando-o pronto para a gravidez. Não ocorrendo a gravidez, este Sangue transborda e flui para fora .
 Ao redor dos 50 anos, o Ren Mai se torna inativo e o Chong Mai se atrofia, as menstruações se tornam mais irregulares e a infertilidade começa a tornar-se mais evidente. Isto implica uma falta de fluxo sanguíneo para órgãos reprodutores e de um déficit de energia Yin como resultado do declínio do Shen (Rim) (CALDERON, 1998).
Este desequilíbrio é responsável pela maior parte dos problemas e doenças associadas ao envelhecimento. Como o Shen (Rim) é a raiz de todos os Yin e Yang do corpo, uma deficiência no Shen (Rins) pode causar Deficiência em outros Órgãos.
A MTC concentra-se na observação dos fenômenos da Natureza e no estudo e compreensão dos princípios que regem a harmonia nela existente. Na concepção chinesa, o Universo e o Ser Humano estão submetidos às mesmas influências, sendo partes integrantes do Universo como um todo (YAMAMURA, 2003).
A concepção filosófica chinesa a respeito do Universo está apoiada em três pilares: a teoria do Yin e Yang, dos Cinco Movimentos, e dos Zang Fu (YAMAMURA, 2003).
YIN/YANG: corresponde à condição primordial e essencial para a origem de todos os fenômenos naturais. Tudo que existe na Natureza é composto por dois aspectos que se complementam e que mantém entre si um equilíbrio dinâmico.
CINCO MOVIMENTOS: as características dos fenômenos naturais podem ser agrupadas em cinco categorias que se encontram em constante movimento de geração e dominância entre si.
ZANG FU: aborda a fisiologia energética dos Órgãos e das Vísceras. Para se adequar o tratamento energético, é preciso chegar à origem das alterações energéticas, que são os Zang Fu. Além de promoverem os sinais e sintomas orgânicos e viscerais, se manifestam no trajeto de seus canais de energia (YAMAMURA, 2003).
A Medicina Chinesa reconhece cinco Órgãos/Zang: Shen (Rim), Pi (Baço/Pâncreas), Gan (Fígado), Xin (Coração), Fei (Pulmão); e seis Vísceras/Fu: Pang Guang (Bexiga), Wei (Estômago), Dan (Vesícula Biliar), Xiao Chang (Intestino Delgado), Da Chang (Intestino Grosso), San Jiao (Triplo Aquecedor); os quais estão relacionados ao Yin e Yang, respectivamente (MACIOCIA, 2000).
Entre os cinco Órgãos é o Xin (Coração) que dá impulso ao Sangue, o Gan (Fígado) que o conserva, o Pi (Baço) que o controla, o Fei (Pulmão) rege o Qi, o Shen (Rim) conserva o Jing (Essência), e juntos são a força criadora do Qi e do Sangue. (MACIOCIA, 2000). Porém alguns têm uma relação privilegiada com as funções fisiológicas e as manifestações patológicas femininas:

Útero Nas mulheres, o Útero corresponde ao Campo Inferior do Elixir (Dan Tian) o qual, nos homens, abriga a “Sala do Esperma”. Tem como característica a forma de um órgão Yang (é uma cavidade e expele a menstruação e o feto no parto) e a função de um órgão Yin (armazena Sangue e nutre o feto durante a gravidez) (MACIOCIA, 2000).
O Útero e, em particular, o Shen (Rim) são responsáveis por todas as funções que na medicina ocidental são relacionadas ao útero, trompas e ovários, e, incluem o eixo hipotálamo – hipófise – ovariano.

A menstruação, concepção e gravidez dependem do estado do Sangue, do qual o Útero também depende. Uma vez que o Xin (Coração) governa o Sangue, o Gan (Fígado) armazena o Sangue, e o Pi (Baço) controla o Sangue, estes três sistemas Yin estão fisiologicamente vinculados ao Útero.Se o Sangue do Coração é deficiente, o Qi do Coração não desce ao Útero. Se a essência do Shen (Rim) é deficiente, não ocorre a menstruação. A deficiência tanto do Xin (Coração) como do Shen (Rim) pode causar infertilidade ou amenorréia (MACIOCIA, 2000).

Shen (Rim) É a raiz da Essência Pré-Natal e a raiz do Qi Original. Armazena a Essência, considerada matéria base para a formação do Sangue menstrual chamado de Tian Gui ou Gui Celestial. A Essência do Shen (Rim) influencia a fisiologia das mulheres desde a puberdade até a menopausa. O Shen (Rim) influencia os sistemas reprodutivos das mulheres através dos Canais Curiosos Du Mai, Ren Mai e Chong Mai (MACIOCIA, 2000)Quando o Qi do Shen (Rim) está florescente, a Essência e o Sangue são suficientes, a circulação em Ren Mai e Chong Mai é normal e as regras se produzem no devido tempo. Quando insuficiente, ou então se o Yin ou o Yang do Shen (Rim) estiverem enfraquecidos, instala-se um desequilíbrio entre o verdadeiro Yang e o verdadeiro Yin, os vasos Ren Mai e Chong Mai ficam afetados e doenças ginecológicas podem surgir (AUTEROCHE, 1989).
O Shen (Rim) é a origem do Fogo que faz parte na menstruação, enquanto que a Água do Rim é a origem do Sangue menstrual. O Fogo da Porta da Vida (Ming Men) representa o Fogo dentro do Shen (Rim), esquenta o Útero e equilibra o Yin, por isso torna possível a concepção e está ligado ao desejo sexual (MACIOCIA, 2000).

Gan (Fígado) O Gan (Fígado) é muito importante através de sua relação com o Útero e o Sangue. Embora o Útero seja a Câmara de Sangue, é o Gan (Fígado) que armazena o Sangue sendo responsável pelo volume, fluxo e regularidade do ciclo menstrual e da nutrição do Sangue. Também tem a função de promover o livre fluxo de Qi (MACIOCIA, 2000).
Um distúrbio do Qi do Gan (Fígado) acarretará menstruações irregulares, amenorréias, menoxenias, menometrorragias, e as perturbações da Síndrome Climatérica.
Sendo que o Qi do Gan (Fígado) tem a função de movimentar o Sangue, se estagna, seu efeito é claramente notado na fase pré-menstrual, causando tensão pré-menstrual, distensão das mamas, irritabilidade, depressão, distensão abdominal, etc. (MACIOCIA, 2000).
A deficiência do Sangue do Gan (Fígado) é fundamental na ginecologia, devido a perda mensal de sangue (menstruação), e também devido a dieta inadequada, excesso de trabalho e estresse emocional. Ela pode causar infertilidade, ciclos escassos, ciclo atrasado, amenorréia, e alguma secura como pele e cabelo seco (MACIOCIA, 2000).

Pi (Baço)/ Wei (Estômago) A função do Wei (Estômago) é receber, a do Pi (Baço) é transformar e transportar as matérias sutis dos alimentos. Ambos são fontes criadoras de Qi e de Sangue (AUTEROCHE, 1989).
O Pi (Baço) também é a fonte da existência Pós-Natal. O Sangue que fica armazenado no Gan (Fígado) é produzido pelo Pi (Baço) através da extração dos alimentos e dos líquidos ingeridos. A produção desse Sangue pelo Pi (Baço) é transformado em esperma nos homens e em sangue menstrual e leite nas mulheres. (MACIOCIA, 2000).
 O Wei (Estômago) está conectado ao Útero pelo Canal Chong Mai. A deficiência do Qi e do Sangue afeta o Xin (Coração), que governa o Sangue, e o Baço, podendo causar problemas menstruais, especialmente amenorréia (MACIOCIA, 2000).
Juntos ou separadamente podem intervir nas doenças ginecológicas: perturbações menstruais, leucorréia, e lactação insuficiente (AUTEROCHE, 1989).

Xin (Coração) As principais funções do Xin (Coração) são governar o Sangue, os Vasos Sangüíneos e abrigar a Mente (Consciência). Sangue e Yin são a residência da Mente. Se eles estiverem deficientes, a Mente sofrerá, a pessoa se sentirá infeliz e depressiva, com ausência de vitalidade. Se a Mente for perturbada por fatores emocionais, pode induzir uma debilidade do Sangue ou do Yin, causando sintomas de Deficiência do Sangue ou do Yin do Xin (Coração) (MACIOCIA, 2000).
O Xin (Coração) exerce influência sobre a menstruação de várias formas: como governa o Sangue ele tem a influência geral sobre o Sangue; está conectado ao Útero pelo Canal do Útero (Bao Mai); e com a ajuda do Yang do Coração, a Essência do Shen (Rim) forma o Gui Celestial (menstruação) (MACIOCIA, 2000).

Shen (Mente)
Na filosofia chinesa, a atividade mental e a consciência “residem” no Xin (Coração), o que significa que o estado do Xin (Coração) e do Sangue afetará as atividades mentais, incluindo o estado emocional (MACIOCIA, 2000).

CANAIS EXTRAORDINÁRIOS Dentre os Vasos Maravilhosos, Chong Mai, Ren Mai e Dai Mai são os mais importantes e formam um todo no que diz respeito à fisiologia e patologia da mulher, tendo relação com todas as funções reprodutivas na mulher, portanto na função menstrual (AUTEROCHE, 1989).
Se qualquer um destes meridianos for bloqueado, congestionado, ou deficiente, haverá conseqüências na menstruação e no climatério. No climatério, a alteração mais importante é o declínio da energia do Shen (Rim) e dos Canais Ren Mai e Chong Mai, junto com a Secura dos Fluidos e do Sangue.

Chong Mai (Vaso Penetrador) O Qi e o Sangue passam por ele, o que o faz denominar Mar de Sangue. Tem íntima relação com o Útero e o Gan (Fígado), influencia o suprimento e o movimento próprio do Sangue no Útero, e controla a menstruação em todos os aspectos. (AUTEROCHE 1989).
Palpitações e ansiedade durante a menopausa podem ser tratadas através do Canal Chong Mai, pois ele flui do abdômen em direção ao peito (Coração) e face. Estes sintomas são causados pelo declínio do Sangue e Shen (Rins) neste canal com o conseqüente escape do Qi rebelde em ascendência ao longo do canal (MACIOCIA, 2000).
A estagnação e o Qi rebelde do Canal Chong Mai para cima podem surgir a partir do estresse emocional ou podem ser resultados de uma deficiência do Shen (Rim) dentro do canal. O Shen (Rim) e o Sangue ficam deficientes de modo que o Qi do Canal Chong Mai se rebela para cima em direção ao peito e à face, podendo provocar uma sensação de calor na face e de frio nos pés. Estes sintomas são causados pelo desequilíbrio do Qi dentro do Canal Chong Mai. O Vazio do Shen (Rim) resulta em pés frios porque o ramo descendente do Canal Chong Mai flui para baixo, no lado medial da perna, e termina no hálux. Sintomas esses característicos da Síndrome Climatérica, comuns em mulheres acima de 40 anos (MACIOCIA, 2000).
São sintomas do Qi rebelde do Canal Chong Mai: dor abdominal, dismenorréia, distenção mamária, sensação de aperto do peito com ansiedade, sensação de obstrução na garganta (MACIOCIA, 2000). Também podem acompanhar perturbações nas menstruações (AUTEROCHE, 1989).

Ren Mai (Vaso da Concepção) A Essência, o Sangue e os Líquidos Orgânicos dependem todos do Ren Mai, pois os três meridianos Yin se juntam a ele (AUTEROCHE, 1989). Controla o Útero, a menarca, a fertilidade, a concepção, a gravidez, o parto e a menopausa (MACIOCIA, 2000).
É particularmente útil nutrir o Yin em mulheres após a menopausa, uma vez que o Canal Ren Mai controla o Útero e determina o ciclo de 7 anos na vida da mulher. Desta forma, regula a energia do sistema reprodutivo e, após a menopausa, tonifica o Sangue e o Yin para reduzir os efeitos dos sintomas do Calor Vazio decorrentes da deficiência do Yin (MACIOCIA, 2000).

Du Mai (Vaso Governador)
É o mar dos meridianos Yang. Está intimamente relacionado ao Canal Ren Mai, pois estes dois canais poderiam ser vistos como dois ramos do mesmo circuito, sendo um Yin (Ren Mai) e outro Yang (Du Mai), portanto, se nutrem, se controlam, firmam um equilíbrio do Yin e do Yang e a livre circulação do Qi e do Sangue, permitindo assim a chegada regular das regras. Devido ao trajeto, faz a conexão entre Rim-Coração-Cérebro, o que explica a influência de problemas emocionais e mentais sobre a menstruação e as funções ovarianas (MACIOCIA, 2000).
O Canal Du Mai deve ser usado sempre que houver deficiência acentuada do Yang do Shen (Rim) (MACIOCIA, 2000).

Dai Mai (Vaso da Cintura) Zhang Zi He (1156-1228) diz que os canais Chon Mai, Ren Mai e Du Mai tem a mesma origem e circulam cada qual pelo seu lado, porém todos os três dependem de Dai Mai que os aperta como um cinto (AUTEROCHE, 1989).
Quando Deficiente, não retém a Essência, o Qi do Pi (Baço) desmorona, e Gan (Fígado), Shen (Rins) e Canais Ren Mai e Chong Mai também se tornam deficientes. Neste caso o Qi não pode subir, então os órgãos cedem, o feto pode ser abortado, há descargas vaginais e podem ocorrer prolapsos. Em condições de Excesso, pelo fato de ser “apertado”, o Canal não é harmonizado. Os principais sintomas sã plenitude do abdômen, dor nas costas irradiando para o abdômen inferior e sensação de peso no abdômen (MACIOCIA, 2000).

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ACORDO COM A MTC Os padrões de diagnóstico na MTC são baseados em padrões de desarmonia, (MACIOCIA, 2000).
Na Síndrome Climatérica, o Shen (Rim) em estado de vazio são a raiz da deficiência, com duas possibilidades: se o Yin do Shen (Rim) for insuficiente, o Yang tende a se elevar; se o Yang for insuficiente, o Fogo de Mingmen será fraco (MACIOCIA, 2000)
Como o foco principal é o acometimento da Essência do Shen (Rim), praticamente todos os sistemas serão afetados, e como conseqüência os sintomas podem resultar em várias síndromes (CALDERON, 1998). O distúrbio do Yang do Shen (Rim) suscitará uma desarmonia a nível de Pi (Baço), e o distúrbio do Yin do Shen (Rim), um excesso do Yang do Gan (Fígado) ou do Yang do Xin (Coração) (AUTEROCHE, 1989).
Os padrões mais importantes em que a Síndrome Climatérica se encaixa sã

Deficiência de Yin do Shen (Rim) Caracterizado pela Deficiência do Yin e também da Essência (Jing) do Shen (Rim).
-Sinais e sintomas: tontura, vertigem, zumbido, surdez, dor lombar e nos joelhos, rubor malar, calor vespertino, sudorese noturna, boca seca à noite, calor na palma das mãos, rubores quentes, queda de cabelos, boca e garganta secas, cabelos e pele ressecados, insônia, prurido, urina concentrada, constipação.
-Princípio de tratament Nutrir o Yin do Shen (Rim).
-Pontos: VC4: tonifica o Yin e a Essência do Shen (Rim); R3 tonifica o Shen (Rim); R6 tonifica o Yin do Shen (Rim) e beneficia a garganta sendo indicado para tratar a boca seca à noite; BP6 tonifica o Yin do Shen (Rim) e acalma a mente; R9 tonifica o Yin do Shen (Rim) e útil no caso de ansiedade e tensão emocional originadas do Shen (Rim).

Deficiência de Yang do Shen (Rim)
Caracterizado pelo sintoma de Frio Interior, pois o Yang do Shen (Rim) é a fonte de Calor de todos os Zang Fu.
-Sinais e sintomas: membros e corpo frios, aversão ao frio, pele pálida, dores lombares, costas frias, perda de apetite, urina clara e abundante ou escassa acompanhada por edema, distensão abdominal, diarréia matinal ou tendência a fezes moles, perda do apetite sexual, obesidade, rubores quentes nas mãos e pés frios, sudorese de manhã, depressão, calafrios, cefaléia, edema de tornozelos.
-Princípio de tratament tonificar e aquecer o Shen (Rim), fortalecer o Fogo do Portão da Vitalidade (Mingmen).
-Pontos: B23 tonifica o Yang do Shen (Rim); VG4 fortalece o Fogo do Portão da Vitalidade; VC4 com moxa tonifica o Yang do Shen (Rim); VC6 tonifica o Yang do Shen (Rim); R7 tonifica o Yang do Shen (Rim); B52 tonifica o Shen (Rim), principalmente em seu aspecto mental, a força de vontade.

Deficiência do Yin e do Yang do Shen (Rim)
Neste padrão aparecem sintomas misturados. Como o Yin do Shen (Rim) é fraco, qualquer Yang do corpo não terá raiz e flutuará, deixando o Yang da parte inferior do corpo deficiente. provocando sintomas de Calor em cima e Frio embaixo.
-Sinais e sintomas: membros frios e região dorsal fria, ardor vespertino da face, pescoço, ouvidos, olhos e garganta secos, dores de cabeça, vertigem, aversão ao frio, suores das palmas das mãos, face ou peito, sangramento uterino anormal, poliúria e nictúria, fraqueza da região lombar e joelhos fracos, perda da libido, fadiga.
-Princípio de tratament nutrir o Shen (Rim), nutrir o Yin, tonificar o Yang, acalmar a Mente.
-Pontos: R3 nutre o Shen (Rim); P7 e R6 regulam a Canal Ren Mai, fortalece o Útero e nutrem o Shen (Rim); C6 remove Calor Vazio e a acalma a Mente; VC4 nutre o Shen (Rim) e fortalece o Útero; B23 tonifica o Yang do Shen (Rim); B52 tonifica o Shen (Rim) e nutre a Essência; BP6 tonifica o Yin do Shen (Rim) e acalma a mente.
Deficiência do Yin do Shen (Rim) e Gan (Fígado) com Ascensão do Yang do Gan (Fígado) Aparecem sintomas misturados de Deficiência e Excesso, uma vez que deriva da Deficiência do Yin do Gan (Fígado) e/ou do Yin do Shen (Rim), causando a ascensão do Yang do Gan (Fígado).
Segundo MACIOCIA, normalmente o aumento do Yang do Gan (Fígado) é um resultado da Deficiência do Yin do Gan (Fígado) / Shen (Rim), mas pode também originar-se da Deficiência do Yang do Shen (Rim). Isto ocorre porque o Yin e o Yang do Shen (Rim) apresentam a mesma raiz, e a deficiência de um sempre implica na deficiência do outro. Portanto, quando o Yang do Shen (Rim) está deficiente, o Yin do Shen (Rim) também estará, até certo ponto, e poderá originar sintomas de aumento do Yang do Gan  (Fígado).
 -Sinais e sintomas: tontura e vertigem, zumbidos e olhos vermelhos, visão borrada, enxaquecas (próprias da menopausa), gosto amargo na boca, irritabilidade, ondas de calor e suores, fluxo menstrual abundante, fluxo menstrual escasso.
-Princípio de tratament Nutrir o Yin do Shen (Rim) e do Gan (Fígado), dominar o Yang do Gan (Fígado), acalmar a Mente.
-Pontos: R3 nutre o Shen (Rim); F8: nutre o Sangue e o Yin do Gan (Fígado); VC4 nutre o Shen (Rim) e fortalece o Útero; P7 e R6 regulam o canal Ren Mai, fortalece o Útero e nutrem o Yin do Shen (Rim); F3 seda o Yang do Gan (Fígado), desobstrui o Qi estagnado do Gan (Fígado), restabelecendo o livre fluxo de Qi.

Shen (Rim) e Xin (Coração) não harmonizados Este padrão consiste na Deficiência do Yin do Shen (Rim) falhando ao nutrir o Yin do Xin (Coração). Isto leva à ascendência da chama do Fogo-Vazio do Xin (Coração), que corresponde à água que não flui em ascendência para nutrir e esfriar o fogo, já que devem auxiliar-se mutuamente, o que acarreta na mulher os sintomas de Calor na parte superior do corpo e sintomas de Deficiência de Yin na parte inferior.
-Sinais e sintomas: insônia, nervosismo, ansiedade, palpitações, inquietação mental, sonhos freqüentes, rubor malar, sudorese noturna, tontura, zumbido, memória precária, boca e garganta secas, visão borrada, leucorréia ou excessiva supuração vaginal, incontinência urinária ou micção gotejante, sangramento uterino, sensação de calor à noite, fezes secas.
-Princípio de tratament Nutrir o Yin do Shen (Rim) e do Xin (Coração), remover o Calor Vazio do Xin (Coração).
-Pontos: C7 acalma a mente; C5 elimina o calor vazio do Xin (Coração); C6 elimina o calor vazio e nutre o Yin do Xin (Coração). Ponto específico para sudorese noturna; VB13 e VG24 acalmam a mente; VC4 nutre o Yin e a Essência do Shen (Rim); R3, R9, R10 tonificam o Yin do Shen (Rim).
Acúmulo de Fleuma (Mucosidade) e Estagnação do Qi A principal causa para formação da Fleuma é a Deficiência do Pi (Baço) quando falha ao transformar e transportar os Fluidos Corpóreos.
O Fei (Pulmão) e o Shen (Rim) também estão envolvidos na formação da Fleuma. Se o Fei (Pulmão) falha ao dispersar e descender os Fluidos e se o Shen (Rim) fracassa ao transformá-los e excretá-los, eles poderão se acumular e se transformar em Fleuma. A Fleuma é uma condensação da Umidade. Uma vez produzida tende a bloquear o fluxo de Qi, principalmente do Gan (Fígado). Também pode obstruir os orifícios do Xin (Coração), resultando em vários sintomas mentais e emocionais.
Este padrão raramente causa sinais e sintomas por si só, mas ele quase sempre complica a agrava os outros sintomas da menopausa.
-Sinais e sintomas: obesidade, sensação de opressão no peito, sensação de plenitude do epigástrio, sensação de distensão das mamas, irritabilidade, mau humor, eructação, náusea, falta de apetite, depressão, medo e ansiedade, palpitações, insônia, muco abundante, “nó” na garganta.
-Princípio de tratament dissolver a Mucosidade, acalmar o Fígado, eliminar a estagnação.
-Pontos: VC17, PC6, TA6 movem o Qi, acalmam e desestagnam o Gan (Fígado); P7 move o Qi no Aquecedor Superior; VC6 move o Qi no Aquecedor Inferior; VC10 ajuda a resolver a Mucosidade; E40, BP6, BP9 resolvem a Umidade e a Mucosidade; E28, VC4 eliminam a Umidade e fortalece o Útero. 

Estase do Sangue
A Estase do Sangue pode derivar: da Estagnação de Qi. O Qi move o Sangue, se o Qi estagnar o Sangue coagula. Da Deficiência de Qi. Por um longo período gera estase de Sangue, uma vez que o Qi se torna debilitado para movê-lo. Do Calor no Sangue. Provoca coagulação e estagnação do mesmo. Da deficiência de Sangue. Induzirá à Deficiência de Qi e estase se Sangue. E do Frio interior, que diminui a circulação do Sangue. Sendo o sistema mais freqüentemente afetado o Gan (Fígado).
-Sinais e sintomas: aspecto escuro, lábios roxos, dor fixa e persistente, em pontadas, tumores abdominais fixos, unhas arroxeadas, períodos menstruais doloridos com sangue e coágulos escuros, dismnorréia, dor pré-menstrual, dor em pontada no tórax, plenitude torácica, dor no epigástrio. . -Princípio de tratament tonificar o Sangue, eliminar a estase, acalmar a Mente, desestagnar o Qi.
-Pontos: F8 tônico de Sangue; R14 tônico de Sangue e elimina a estase; B17 tonificam o Sangue e eliminam a estase; VC4 fortalece o Útero; F3 tonifica o sangue e elimina a estase; PC6 para acalmar a Mente. 

Deficiência de Sangue do Xin (Coração) e de Qi do Pi (Baço)
O Qi do Pi (Baço) cataliza a criação de Sangue no Xin (Coração). Se o Qi do Baço for Deficiente, com o tempo, o Sangue do Coração também se tornará Deficiente.
Se o Sangue estiver Vazio o Canal Chong Mai estará Vazio e causará amenorréia, oligomenorréia ou suspensão da menstruação. As mulheres no climatério com Deficiência de Qi e de Sangue podem sofrer de cansaço e de depressão.
-Sinais e sintomas: Palpitações e falta de ar, ansiedade ou instabilidade, perda de memória, insônia e/ ou sonhos excessivos, pele pálida ou amarelada, tendência à fadiga.
-Princípio de tratament Tonificar o Qi do Pi (Baço) e o Sangue do Xin (Coração).
-Pontos: C7 tonifica o Sangue do Xin (Coração) e paciica a mente; PC6 tonifica o Qi do Xin (Coração) e pacifica a mente; VC4, B17, B20 tonificam o Sangue. B20 tonifica o Qi do Pi (Baço) para produzir mais Sangue; BP6 tonifica o Qi do Pi (Baço); E36 tonifica o Qi do Pi (Baço); B17 ponto de influência do Sangue.

Deficiência de Yin do Xin (Coração)  Este padrão deve-se ao fato do Yin do Xin (Coração) englobar o Sangue. É frequentemente acompanhada ou provocada pela Deficiência de Yin do Shen (Rim). Isso causa uma deficiência da água de maneira que o Yin do Shen (Rim) não pode ascender para nutrir e esfriar o Xin (Coração), ocorrendo uma agitação do Calor Vazio do Xin (Coração). Este padrão é comum no Climatério, uma vez que a Deficiência de Yin surge usualmente nas mulheres na meia-idade.
-Sinais e sintomas: dificuldade para dormir acordando várias vezes durante a noite, palpitações, perda de memória, insônia, inquietação, irritabilidade mental acompanhada de sensação de calor na face, calor nos cinco palmos, rubor malar, febre baixa ou sensação de calor, suores noturnos, boca e garganta secas.
-Princípio de tratament tonificar e nutrir o Yin do Xin (Coração), nutrir o Yin do Shen (Rim), acalmar a mente.
-Pontos: C7 tonifica o Sangue e o Yin do Xin (Coração) e pacifica a Mente; PC6 pacifica a Mente; VC14, VC15 tonificam o Sangue do Coração, usados para ansiedade exacerbada; C6 tonifica o Yin do Xin (Coração) e interrompe a sudorese noturna; BP6 tonifica o Yin e pacifica a mente; R7 tonifica o Shen (Rim) e em cobinação com C6interrompe a sudorese noturna; R6 tonifica o Yin do Shen (Rim) e promove o sono.

ACUPUNTURA COMO RECURSO TERAPÊUTICO
 Como a Medicina Ocidental vê os problemas do climatério e menopausa como uma falta de produção de estrogênio, a principal prescrição para as mulheres nesta fase é a Terapia de Reposição Hormonal. Mais recentemente, contudo, e em conseqüência à publicação de ensaios clínicos randomizados envolvendo um grande número de mulheres, a TRH tornou-se uma questão complexa, que vem gerando um intenso debate entre especialistas e uma expressiva divulgação na mídia leiga, nem sempre acompanhada da necessária reflexão e ponderação sobre as evidências científicas, os limites e as perspectivas originadas por estes trabalhos. (SPRITZER, 2007).

Além disso, muitas das mulheres que se encontram no climatério e menopausa, apresentam fatores de risco e até mesmo contra indicações que impedem o uso da TRH.
No entanto, a TRH é apenas uma entre as várias ferramentas para o alívio dos sintomas, que costumam aparecer associados aos dilemas, às contradições e às angústias próprias dessa etapa de vida. A acupuntura é um dos pilares da Medicina Tradicional Chinesa.

E uma especialidade que foi desenvolvida na China há mais de cinco mil anos que avalia as energias Yin e Yang existentes e as disfunções causadas pelo desequilíbrio entre elas (KAUFMAN, 2001). Como as duas energias complementam-se entre si, precisam estar em harmonia para o corpo estar em plena saúde, pois se acredita que um organismo equilibrado não adoece (VECTORE, 2005).
Foi fundamentada e estruturada no conceito filosófico taoísta de integridade e unidade do todo, a unidade do organismo humano em si, e a unidade maior do ser humano com a natureza; ela representa a condição vital para nossa sobrevivência (SILVA, 2007).
Segundo a abordagem bioenergética, da qual faz parte a acupuntura, a doença não é um fenômeno alienado no corpo. A acupuntura compreende a integração mente-corpo como um círculo de interação entre os sistemas internos e os aspectos emocionais (VECTORE, 2005).
Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e puncionar, respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos (VECTORE apud WEN, JAGGAR, SCHOEN, 2005) chamados acupontos (SCOGNAMILLO-SZABO, 2001). Essa região está em relação íntima com nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (VECTORE, apud WU, 2005).
 Os acupontos estão distribuídos ao longo de doze linhas imaginárias, chamadas Meridianos. Estes percorrem o corpo no sentido vertical, formando pares simétricos nas faces dorsal e ventral da superfície corporal, os quais, devidamente estimulados, são capazes de promover uma série de benefícios à saúde do indivíduo. (VECTORE, 2005).
A acupuntura estimula as fibras sensitivas do Sistema Nervoso Periférico fazendo com que ocorra uma transmissão elétrica via neurônios para produzir alterações no Sistema Nervoso Central, o qual libera substâncias (ex.: cortisol, endorfinas, dopamina, noradrenalina, serotonina) que promovem bem-estar, prevenção e tratamento de doenças, sejam elas psicológicas, biológicas e/ou comportamentais (SILVA, 2007).
Segundo a MTC as desarmonias ou desequilíbrios podem ser verificados através de sinais físicos ou psíquicos, já que ambos os aspectos pertencem à mesma unidade. Esses sinais servem de base diagnóstica para se conhecer a causa inicial dos desequilíbrios. Os sinais e sintomas são classificados, agrupados e direcionam a hipótese diagnóstica para conclusões a respeito do que, na MTC, é denominado causas externas, internas ou nem internas e externas. Poder-se-ia dizer, ainda, que o desequilíbrio entre homem-cosmos poderia levar a um desequilíbrio físico-psíquico, em que um influencia o outro, causando sofrimento (SILVA, 2007).
A acupuntura busca, então, devolver esse equilíbrio através de intervenções nesse corpo físico, nessa unidade psíquico-energético socio-ambiental, através de estímulos em pontos de acupuntura, para ajudar o restabelecimento da “harmonia” perdida, que é, segundo MTC, a causa dos sofrimentos, sejam eles de natureza física ou psíquica (SILVA, 2007).
Contudo, a possibilidade de atuar comprovadamente sobre as funções neuroendócrinas, com a liberação de neurotransmissores e hormônios responsáveis pelo controle das diversas funções físicas e emocionais do ser humano, abre um leque maior de possibilidades de sucesso no tratamento, com maior segurança para o paciente. (VECTORE, 2005).
Algumas das razões que fazem com que a MTC seja uma boa escolha para as mulheres com problemas ginecológicos, inclusive a Síndrome Climatérica, é que não tem nenhum perigo inerente ou efeitos colaterais incômodos; é holística, não se separa a pessoa em fragmentos tratando um sintoma ou parte dele, trata o indivíduo como um todo; é uma medicina que é mais eficaz ao manipular energia em vez de matéria, e vê a mudança energética no corpo como sendo mais importante do que a mudança material. Tratando o desequilíbrio energético efetivamente, o material bruto, ou a doença substancial não precisa manifestar-se. Isto quer dizer que a MTC é um sistema preventivo de medicina; permite aos pacientes uma chance para entender seus processos de doenças, e, portanto, a chance de participar nos processos de cura.

Conclusão
 Com o aumento da expectativa de vida, há um número crescente de mulheres vivendo no climatério e menopausa, expostas, portanto, à Síndrome Climatérica. Isso reforça a necessidade de se discutir sobre o assunto com as mulheres, permitindo-lhe manifestarem suas percepções em relação e esta etapa de vida, de conhecerem seu corpo e os aspectos culturais que envolvem o tema, de revelar suas necessidade de saúde e buscar caminhos que possibilite satisfazê-las.

 Essas mulheres têm que ter em mente que a prevenção de desconfortos ou seu tratamento podem ser abordados de diferentes maneiras, não simplesmente por hormônioterapia, uma tendência do tratamento Ocidental, mas existe também a possibilidade de se beneficiar com a Acupuntura, uma opção da Medicina Tradicional Chinesa. A Acupuntura busca encontrar os desequilíbrios energéticos, e os trata de maneira a auxiliar o corpo a restaurar a harmonia, dessa forma tratando o indivíduo como um todo.
Portanto, embora o Ocidente e o Oriente possuam diferentes pontos de vista em termos de saúde e estilo de vida, as duas medicinas podem e devem ser usufruídas, atuando de forma complementar e não exclusiva, constituindo assim, uma via para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante o climatério e menopausa.

Observação: temos também esse tratamento, maiores informações: 
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MELHORA DA FUNCÃO MOTORA EM PACIENTES PORTADORES DE SEQÜELAS CRÔNICAS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL APÓS TRATAMENTO POR ACUPUNTURA ELETROMAGNÉTICA HAI-HUA



A. P. R. de Oliveira¹, F. L. B. de Araujo² e J. E. de Araujo*3
1 Fisioterapeuta, Residentes em Fisioterapia Neuro-Funcional - UNIFRAN
2 Fisioterapeuta Acupunturista, Docente e Preceptora da Residência em Fisioterapia Pediátrica - UNIFRAN e Docente do Curso de Especialização em Acupuntura do Instituto Paulista de Estudos Sistêmicos - IPES
3
Fisioterapeuta Acupunturista, Docente e Preceptor da Residência em Fisioterapia Neuro-Funcional - UNIFRAN, Diretor do Curso de especialização em Acupuntura IDES e Presidente da Regional SP da SOBRAFISA
Resumo: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um dos maiores problemas de saúde pública e a terceira causa de morte em todo mundo. Os sobreviventes, em geral, apresentam seqüelas motoras e incapacitação funcional. Técnicas fisioterapêuticas podem ser empregadas na reabilitação, sendo que diversos pontos de acupuntura possuem indicações para disfunções motoras. Este estudo teve como objetivo avaliar a resposta motora produzida através do equipamento de acupuntura eletromagnética Hai-Hua, em pacientes com seqüelas motoras de AVC. Participaram deste procedimento 3 sujeitos, com seqüelas crônicas entre 3 e 10 anos, que não mais respondiam ao tratamento fisioterapêutico convencional. Dois pacientes receberam 30 minutes de estimulação diária, durante 8 semanas. O outro paciente recebeu 3 semanas de estimulação eletromagnética, 3 semanas de estimulação FES e mais 3 semanas de estimulação eletromagnética. Para compararmos as respostas produzidas pelos dois procedimentos. Os pontos utilizados foram IG15, IG11 e TA15. A avaliação aconteceu na primeira sessão e posteriormente semana a semana. Para quantificarmos o ganho motor, foi realizada uma goniometria ativa de três tentativas para os movimentos de flexão e abdução de ombro e extensão de punho e cotovelo. Os dados foram submetidos a uma analise de variância de uma via (ANOVA), a diferença entre as semanas foi evidenciada polo teste Student-Newman-Keuls. As 8 semanas ininterruptas geraram um aumento estatisticamente significativo para extensão do punho (F7,23: F19,11; P<0,05), extensão do cotovelo (F7,23: FI0,97; P<0,05), abdução do ombro (F7,23: F21,27; P<0,05) o flexão do ombro (F7,23: F9,45; P<0,05). Para a estimulação eletromagnética intercalada com FES, o ganho motor se deu a partir da 8º semana de tratamento para flexão do ombro (F8,26: F9,52; P<0,05), na 3º semana e interrompida até a 6º (período de estimulação FES) para extensão do punho (P8,26: F I8,69; P<0,05) a não significativa para abdução do ombro. Nossos dados sugerem que a acupuntura eletromagnética HAI-HUA foi efetiva para aumentar a função motora nestes pacientes que não mais respondiam ao tratamento convencional. A associação FES com HAI-HUA gerou efeitos inferiores aos apresentados pela estimulação exclusivamente eletromagnética.
Palavras Chave: AVC, função motora, acupuntura, eletromagnetismo, Hai-Hua
(*Autor responsável pela correspondência: endereço - Pç. Boaventura Ferreira da Rosa, 384, Jd. Sumaré, Ribeirão Preto-SP, Cep: 14025-450. E-mail: araujoje@ipescerme.com.br)
INTRODUÇÃO
Dentre as muitas patologias que acometem o Sistema Nervoso Central (SNC) o Acidente Vascular Cerebral (AVC) c a que apresenta maiores índices de morbidade e mortalidade, sendo um dos problemas mais significativos para os serviços de saúde de diversos países [1]. A definição de AVC pela Organização Mundial de Saúde e "um sinal clinico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração" [2]. Ele é considerado a terceira maior causa de morte nos países desenvolvidos, depois das doenças cardiovasculares e do câncer, além de ser uma das maiores causas de seqüelas permanentes que geram incapacidade e afastamento do trabalho [3]. A incidência anual do AVC nos Estados Unidos a de aproximadamente 500 mil, com um total de mais de 3 milhões de sobreviventes na metade da década passada [4]. Em 1993, a estimativa do custo anual com AVC's foi de 30 bilhões de Dólares, os quais 17 bilhões de Dólares foram diretamente ou indiretamente gastos devido à diminuição da produtividade relacionada ao afastamento de sujeitos Iesados [3].
No Brasil, apesar dos poucos estudos estatísticos disponíveis, existem dados sugerindo que as doenças cérebro-vasculares estejam entre as maiores causas de mortalidade [5]. As taxas de mortalidade são elevadas situando-se entre as mais altas do mundo. Os custos médicos com hospitalização aumentaram no país, tendo sido, em três anos, de 24% entre os 20-29 anos, reduzindo-se em cada grupo de idade até 2,9% a partir dos 80 anos. Mesmo com maiores custos hospitalares na faixa entre 20-59 anos, os anos produtivos de vida perdidos precocemente apontam para o elevado custo social da doença [6].
Sendo assim, a sua alta incidência e o seu alto custo fazem da redução do AVC uma prioridade nacional e salienta a necessidade de métodos mais exatos para identificar nos pacientes os prognósticos e as formas terapêuticas adequadas para a reabilitação.
Os déficits neurológicos focais que resultam de um AVC, seja embólico, trombótico e/ ou hemorrágico, e um reflexo do tamanho e localização da Iesão e da quantidade de fluxo sangüíneo colateral. Os déficits neurológicos agudos apresentados pôr esses pacientes incluem a hemiparesia, ataxia, deficiências visuo-perceptivas, afasia, disartria, deficiências sensoriais e mnésicas e problemas com o controle vesícula [7].
Dentre os distúrbios do movimento encontrados, a hemiplegia ou hemiparesia a um dos sinais clínicos mais óbvios da doença. Embora o local e o tamanho da lesão vascular cerebral inicialmente determine o grau de função motora, a presença concomitante de comprometimento sensorial soma-se ao problema de disfunção motora. Esses pacientes geralmente apresentam perda da força muscular, destreza e coordenação [8]. Em adição ao déficit motor, há freqüentemente exacerbação dos reflexos tendíneos e aumento da velocidade-dependente dos reflexos tônicos e fásicos de estiramento (isto e, espasticidade) [9]. A velocidade com a qual esses padrões de função muscular retornam é ditada pelo local e gravidade da lesão e, ainda, pelo enfoque do processo de reabilitação [10].
Após o AVC, a perda da função do membro superior (MS) c uma das mais comuns a desafiantes seqüelas, sendo limitante para a autonomia do paciente em atividades da vida diária e, ainda, podendo levar a permanente incapacidade [11]. Para encorajar a recuperação da função do MS, fisioterapeutas aplicam diferentes abordagens de tratamento, como técnicas tradicionais de Brunnstrom [12], a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF) [13], terapias de neurodesenvolvimento (Bubath) [14] e Estimulação Elétrica(ES) [15]. Mais recentemente temos visto o surgimento das técnicas de treinamento com suspensão parcial de peso [16], terapias de biofeedback [17] e a utilização do uso-forçado do membro parético [18, 19, 20, 21].
A acupuntura a um sistema terapêutico complexo usado na China a mais de 5000 anos [22]. Na ultima década tem sido uma das formas terapêuticas mais difundidas no ocidente, sendo utilizada para o tratamento das mais variadas disfunções, e principalmente, para as disfunções crônicas não responsavas as formas terapêuticas tradicionais [23,24]. Seus efeitos terapêuticos locais são relacionados aos pontos cutâneos de acupuntura e os produzidos a distância ao sistema de meridianos [25].
A estimulação de pontos específicos de acupuntura pode modificar a ativação cerebral [26,27]. Exemplos são as técnicas de crânio-acupuntura [28] e estimulação do ponto VG20[29] , que são eficazes para perda da consciência, distúrbios do equilíbrio, distúrbios motores, fotofobias, entre outros.
Estes efeitos podem ser produzidos pela estimulação manual ou elétrica das agulhas de acupuntura [30]. Mais recentemente, surgiram os aparelhos de estimulação eletromagnética, que dispensam o uso de agulhas pela estimulação direta dos pontos cutâneos de acupuntura.

OBJETIV0
Este estudo teve como objetivo avaliar a resposta motora, produzida através da estimulação de pontos de acupuntura no membro superior com o equipamento de acupuntura eletromagnética Hai-Hua, em pacientes com seqüelas motoras crônicas de AVC não mais respondentes ao tratamento de fisioterapia convencional. Ainda, verificar a interação terapêutica entre a corrente eletromagnética e a corrente FES.
MATERIAIS E MÉTODOS
SUJEITOS
Participaram deste estudo, três pacientes com hemiparesia decorrente de AVC (um homem e duas mulheres), pertencentes ao setor de Neurologia da clínica-escola da Universidade de Franca-UNIFRAN, com idade-média de 53,33 ± 8,02. Todos os pacientes apresentam seqüelas crônicas com tempo médio de lesão de 72 meses 143,26. Dois pacientes exibiam hemiparesia à esquerda e um paciente à direita. Todos os pacientes receberam fisioterapia intensa, iniciada desde a face aguda / subaguda variando de 96 a 144 horas por ano desde o início da lesão.
MENSURAÇÕES
Para quantificarmos o ganho motor, foi realizada a aferição goniométrica ativa de três tentativas para movimentos de flexão e abdução de ombro e extensão punho e cotovelo. Para esta medida, foi utilizado um aparelho de goniometria, marca Carci Ind. e. Com. de Apar. Cirúr. e Horto. Ltda., para mensurar os valores de movimentação ativa das articulações. A avaliação acorreu na primeira sessão e posteriormente semana a semana.
PROCEDIMENTO
Dois pacientes receberam diariamente 30 minutos estimulação eletromagnética HAI HUA durante 8 semanas. 0 outro paciente recebeu 3 semanas de estimulação eletromagnética HAI HUA, 3 semanas de estimulação FES (aparelho Quineis KW Industria Nacional de Tecnologia Eletrônica) e mais 3 semanas de estimulação eletromagnética HAI HUA, para a comparação das respostas produzidas pelos dois procedimentos. Os pontos de acupuntura utilizados foram o IG15, 11eTAl5.
ANÁLISE ESTASTÍSTICA
Os dados foram avaliados individualmente para cada paciente, comparando a primeira avaliação (controle) com a avaliação de cada semana seguinte (teste). Os dados foram submetidos a uma análise de variância uma via (ANOVA), quando se verificou diferença entre as semanas de tratamento, esta foi evidenciada pelo to posta hock de Student-Newman-Keuls.
RESULTADOS
A partir de uma aferição goniométrica ativa em três tentativas, em cada semana, foi obtida a media individual de cada paciente. Os dados foram listados nas tabelas 1, 2 e 3.


Tabela 1: Médias dos dados goniométricos do 1º paciente que recebeu apenas estimulação eletromagnética HAI HUA. * <0,05 em relação à 1ª semana, # em relação à 2ª, + em relação à 3ª semana e & a todas as semanas de tratamento.


Tabela 2: Médias dos dados goniométricos do 2º paciente que recebeu estimulação eletromagnética HAI HUA. * <0,05 em relação à 1ª semana, # em relação à 2ª e + em relação a 3ª semana de tratamento.


Tabela 3: Médias dos dados goniométricos do 3" paciente que recebeu estimulação eletromagnética HAI HUA na 1ª, 2ª e 3ª semanas. FES na 4ª, 5ª e 6ª semanas e novamente estimulação eletromagnética HAI HUA nas demais semanas. * <0,05 em relação à 1ª semana. # em relação à 2ª, * em relação à 3ª semana e & a todas as semanas de tratamento.
O paciente 1 apresentou um aumento estatisticamente significativo nos valores goniométricos para flexão de ombro, em relação à avaliação inicial, a partir da 3ª semana de tratamento e este aumento continuou acontecendo semana a semana até o final do procedimento. Entretanto, os aumentos verificados na 4ª, 7ª e 8ª semanas se mostraram estatisticamente significativos quando comparados aos valores obtidos na 2ª semana de procedimento. E ainda, os valores da 4ª e a 8ª semana de tratamento são significativas, até mesmo, quando comparados com os valores da 3ª semana (F7,23: F9,40; P<0,05). A aferição goniométrica, para o movimento de abdução de ombro, apontou um aumento estatisticamente significativo a partir da 3ª ate a 7ª semana de tratamento, quando a comparação foi a avaliação inicial e a 2ª semana. A partir da 7ª semana de tratamento a significância estatística pode ser verificada em relação a 3ª semana de tratamento. Os valores da semana, apresentam significância aos de todas as outras semanas de estimulação (F7,23: F21,29; P<0,05). Já para a extensão do punho, obtivemos um aumento estatisticamente significativo nos valores da 7ª (em relação a avaliação inicial e semana) e da 8ª semana de tratamento (em relação a avaliação inicial, 2ª,3ª e 5ª semana de tratamento) (F7,23: F5,14; P<0,05).
O paciente 2, no item extensão de punho, a partir da 3ª semana de tratamento apresentou um aumento estatisticamente significativo em relação as 1ª a 2ª semanas (F7,23: F19,11; P<0,05). Para a extensão de cotovelo, o aumento aconteceu a partir da 2ª até a 6ª semana de tratamento, quando a comparação foi realizada com a avaliação inicial. Já os valores das semanas 7 e 8 apresentaram significância estatística tanto para as comparações com a avaliação inicial quanto com a 3ª semana de tratamento (F7,23: F10,97; P<0,05).
O paciente 3, apresentou na aferição goniométrica um aumento estatisticamente significativo, para flexão de ombro, somente a partir da 8ª (em relação a avaliação inicial e 2ª semana) e 9ª (em relação a todas as semanas) semana de tratamento (F8,2: F9,52; P<0,05). A aferição goniométrica do movimento de abdução do ombro não revelou nenhuma alteração estatisticamente significativa (F8,2: F2,27; P<0,05). Já a avaliação dos valores da extensão do punho, demonstrou um aumento estatisticamente significativo para a 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, e 7ª semana de tratamento (em relação a avaliação inicial e a 2ª semana). A 8ª (em relação a avaliação inicial, e 6ª semanas) a 9ª (em relação a avaliação inicial, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª semana) semanas apresentaram significância estatística.

DISCUSSÃO
Em geral, as propostas fisioterapêuticas utilizadas para a reabilitação de lesões neuroniais, consistem em cinésioterapia e estimulação elétrica. Existem diversos métodos cinésioterapêuticos específicos para a reabilitação do paciente neurológico, bem como diversos tipos de correntes elétricas utilizadas com a mesma finalidade [31]. Entretanto, diversos pacientes acabam ainda apresentando no final do tratamento disfunções motoras [11]. Nem sempre as condições para a reabilitação são favoráveis, entre elas podemos apontar a demora para a procura de um serviço de reabilitação, um limitado número de sessões disponibilizadas pelos planos de saúde, a não observância das recomendações feitas pelo profissional Fisioterapeuta. Desta maneira, não é incomum encontrarmos pacientes com seqüelas crônicas de lesões neurológicas.
A estimulação elétrica neuromuscular é um recurso que tem sido utilizado a várias décadas nos protocolos de reabilitação motora. Entretanto, é consenso entre os autores que a resolutividade da estimulação elétrica isolada é muito baixa. Esta ganha uma maior eficácia nos processos de reabilitação quando pareada com técnicas cinésioterapêuticas [32]. Em nosso trabalho, queríamos verificar se esta regra também poderia se aplicar a um equipamento que gerasse corrente eletromagnética associada a corrente elétrica.
Os resultados obtidos, com os pacientes estudados, não vão ao encontro dos resultados encontrados para a estimulação elétrica, já que, conseguimos verificar um aumento na função motora simplesmente com a utilização do equipamento HAI-HUA. Quando utilizamos alternadamente, a corrente eletromagnética com a corrente elétrica, esta passa também a produzir resultados per se. Entretanto, nesta situação os ganhos apresentados por este paciente foram inferiores, ao final do tratamento, do que o apresentado pelos pacientes que receberam apenas a estimulação eletromagnética. Obviamente, nesta proposta terapêutica encontramos complexas interações que dificultam o entendimento das respostas produzidas.
Os eletrodos foram fixados em pontos de acupuntura, o que poderia explicar os resultados apresentados, entretanto, não é incomum a utilização de pontos de acupuntura em propostas de estimulação elétrica já que os mesmos também são pontos motores [33].
O campo magnético é outro fator pouco estudado, sabemos que ele pode produzir um aumento na microcirculação sangüínea em tecidos periféricos [34]. Porém, se este pode produzir um aumento na neurotransmissão nós não temos conhecimento. E ainda, temos a corrente elétrica gerada por este equipamento, que oscila entre 500 e 8000Hz.
Novos estudos serão necessários para podermos apontar por qual mecanismo este tipo de estimulação produziu as respostas verificadas nestes pacientes.

CONCLUSÃO
Nossos dados sugerem que o equipamento de eletroacupuntura HAI-HUA foi efetivo para otimizar a função motora dos pacientes que participaram deste estudo, e que não mais respondiam ao tratamento convencional. A associação da estimulação eletromagnética com a corrente FES, gerou efeitos inferiores aos apresentados pela estimulação exclusivamente eletromagnética.

fonte:http://www.mrma.com.br/tratamento.htm

Obs: temos também esse tratamento no nosso consultório.


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